quinta-feira, 7 de julho de 2011

Desenvolvimento Moral - Piaget



Realismo moral - Heteronomia

Há apenas o respeito à autoridade. Não há consciência, nem reflexão, apenas obediência.
O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.

A responsabilidade pelos actos é avaliada de acordo com as consequências objectivas das acções e não pelas intenções. O indivíduo obedece às normas por medo da punição. Na ausência da autoridade ocorre a desordem, a indisciplina.


Relativismo moral - Autonomia

Legitimação das regras. Aqui o indivíduo adquire a consciência moral, possui princípios éticos e morais. Na moralidade autónoma, o indivíduo adquire a consciência moral. Os deveres são cumpridos com consciência de sua necessidade e significação. Possui princípios éticos e morais. Na ausência da autoridade continua o mesmo. É responsável, auto-disciplinado e justo. A responsabilidade pelos actos é proporcional à intenção e não apenas pelas conseqüências do acto.

O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.

Desenvolvimento Moral - Kohlberg

A Metodologia utilizada -  conjunto de histórias morais em que as pessoas teriam de opinar sobre o assunto. Conforme as respostas, seria possível avaliar os seus comportamentos morais.

Metodologia:
  • Dilema moral
     
  • Julgamento
     
  • Justificação

Nível Pré-convencional - (crianças do 1º ciclo, aproximadamente até 9 anos, adolescentes e grande número de delinquentes)

Estádio 1 - Moralidade Heterónoma

• Pressupõe uma moral heterónoma, isto é uma educação que visa à obediência a uma entidade de respeito vinda do exterior e para o castigo.

• Existe uma deferência egocêntrica, a criança pensa apenas nela própria.

• A acção é avaliada pelas consequências, castigo ou recompensa, da autoridade exterior, isto faz com que a criança não aja por ela mesma.

Estádio 2 - Individualismo, propósito e troca instrumental

• Caracterizado pelo individualismo, apropria-se de tudo ao seu dispor.

• Orientação egoísta, em que a criança não é capaz de um raciocínio moralmente correcto, apenas para aquele que a beneficia.

Em suma: criança manipuladora e egocêntrica, as suas acções tendem a reflectir consequências positivas (a recompensa).



Nível Convencional - (da adolescência para adiante, a maior parte das pessoas fica por aqui)

Estádio 3 - Expectativas interpessoais mutúas, relacionamento e conformidade interpessoal

• Orientação do bom rapaz, linda menina – aquilo que o meio social e familiar compreende como parâmetros correctos.

Conformidade aos estereótipos sociais – orientação para agradar o outro.


Estádio 4 - Sistema e consciência social, manutenção da lei e da ordem

• Orientação para a manutenção da ordem social e da autoridade.

Respeito pelas expectativas sociais depositadas no indivíduo – do contexto onde está inserido, princípios de honra relacionados com populações pequenas.

Suma: valores baseados nos bons e maus papeis e na manutenção da ordem convencional.


Nível Pós-convencional 

Estádio 5  - Contrato social ou direitos individuais democraticamente aceites

Orientação contratual e legalista, isto é, baseado nos contratos legais , nos direitos básicos e nos valores morais mesmo que exista conflito entre as regras do grupo.

• Diferencia para com o bem-estar dos outros e pelo cumprimento dos contratos – consideração do ponto de vista legal e do ponto de vista dos outros e procura reconhecer o conflito entre eles, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maior número.

Estádio 6 - Princípios éticos Universais
Orientação pelos princípios éticos universais – relação dos princípios éticos com a noção de justiça, dignidade humana, direitos humanos e igualdade de direitos. Aqui os princípios de justiça não são apenas produtos da sociedade para resolver eficazmente os conflitos, mas sobretudo o reflexo de uma ordem natural que reside tanto na natureza humana como na ordem cósmica. São princípios éticos e universais no sentido de que são um produto de desenvolvimento da natureza humana, estando assim presentes em todas as sociedades e culturas.

Suma: o self apresenta-se em conformidade com princípios, padrões e deveres associados a valores éticos e universais.

A teoria de Kolhberg é um dos exemplos mais significativos de uma teoria moral centrada na defesa dos princípios éticos e preocupada com o desenvolvimento do raciocínio moral.


Então, eis que surge a QUESTÃO .. .... . .  . . . . . . . . .
Em que nível é que nos encontrámos?

Aguardo resposta .... ehehehe



Para aprofundarem um pouco mais, sugiro o seguinte link: 

sábado, 2 de julho de 2011

CICLO DA VIDA (reflexão entre morte e vida...)

O fim da vida: morte e luto


 

A morte é considerada a finalização de um ciclo, o fim de tudo. Mas a discussão sobre o que ela é e como ela acontece ainda é considerado um assunto delicado, e muitas vezes até evitado pela maioria das pessoas. O facto de sabermos que ninguém escapará da morte, é o que a torna um assunto tão fascinante e ao mesmo tempo angustiante, pois ela não pode ser evitada. A ciência busca há séculos maneiras de retardá-la e até mesmo suplantá-la, através de medicamentos e pesquisas, obtendo êxito em algumas áreas. O facto é que a vida e a morte são assuntos complexos e que sugerem discussões polémicas e acaloradas.



Mas afinal, o que é a morte?
Procurando o significado da palavra morte, encontramos no dicionário de Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira (1986) a seguinte explicação: “acto de morrer, o fim da vida genital, animal, fim. Grande dor, pesar profundo”.
Pensando na morte como algo mais profundo, Chevalier et al (2002), designa-a como o fim absoluto de qualquer coisa. Enquanto símbolo, a morte é considerada o aspecto perecível e destrutivo da existência, indicando aquilo que desaparece na evolução das coisas. No entanto, ela é ao mesmo tempo revelação e introdução, pois todas iniciações atravessam uma fase de morte, antes de aceder a uma vida nova. Portanto, a morte tem um valor psicológico que liberta das forças negativas e regressivas, tornando possível à ascensão do espírito. Ela é considerada filha da noite e irmã do sono, tendo o poder de regenerar, ela é, enfim a condição para o progresso e para a vida.


A morte então está relacionada a tudo aquilo que nos cerca, fazendo-nos pensar que não somos eternos, que não somos donos de nossa própria vida, tendo que obedecer ao ciclo natural da vida, ou seja, tudo que é vivo um dia morrerá. A morte também nos remete à doença e ao sofrimento, isto é, pensar na morte muitas vezes está associado ao facto de que essa será sofrida, dolorosa, e muitas vezes em decorrência de uma doença grave. A morte também sinaliza o fim de uma etapa, para o início de outra, como o fim da infância e o início da adolescência, por exemplo.
Ao pensar na morte como perda, é importante realçar que a morte do outro se configura como a vivência da morte em vida. É a possibilidade de experimentar a morte que não é a própria, mas é vivida como se uma parte de nós morresse, uma parte ligada ao outro pelos vínculos. Portanto, a perda pela morte é a ruptura irreversível de um vínculo, sobretudo quando ela é real, concreta.

Os sentimentos mobilizados pela perda como morte são possíveis por causa do processo de luto e da sua elaboração. Freud, em “Luto e Melancolia” (1917), define o luto como uma reacção à perda de um ente querido, à perda de alguma abstracção que ocupou o lugar desse ente, desânimo profundo, falta de interesse pelo mundo externo e perda da capacidade de adoptar um novo objecto de amor. Ou seja, o objecto amado não existe mais, o que exige que a libido seja desviada para outro objecto, o que causa grande desagrado. Quando finalmente o trabalho do luto termina, o ego está novamente livre e desinibido.


A morte mesmo sendo comum a todo ser humano, causa muito medo, por ser a única coisa realmente desconhecida e da qual nunca poderemos escapar.
Pode também representar o medo da solidão, da separação de quem se ama, o medo do desconhecido, do julgamento por seus actos em vida, do que ocorrerá com os seus familiares e por fim o medo do fracasso na realização de seus objectivos, como se a sua “missão” não pudesse ser terminada.
Diante do que foi exposto relativamente à morte pode-se dizer que este é um tema que mobiliza muitas questões, por estar ligado à representação da aniquilação, da doença e da separação daqueles que amamos, por conta disso, podemos dizer que este se torna então um factor extremamente stressante, e como tal, pode estar vinculado ao aparecimento de doenças e por isso merece atenção.
 

O envelhecimento: mudança de estatuto

O relacionamento do idoso com o mundo caracteriza-se pelas dificuldades adaptativas, tanto emocionais como fisiológicas; a sua performance ocupacional e social, o pragmatismo, a dificuldade para aceitação da novidade, as alterações na escala de valores e a disposição geral para o relacionamento objectual. No relacionamento com a sua história o idoso pode atribuir novos significados a factos antigos e os tons mais maduros da sua afectividade passam a colorir a existência com novos matizes; alegres ou tristes, culposas ou meritosas, frustrantes ou gratificantes, satisfatórias ou sofríveis... Por tudo isso, a dinâmica psíquica do idoso é exuberante, rica e complicada.
 
Freud afirmava, com notável sabedoria, que os determinantes patogénicos envolvidos nos transtornos mentais poderiam ser divididos em duas partes:
Aqueles que a pessoa traz consigo para a vida;
Aqueles que a vida lhe traz.
 
Na velhice isso fica mais evidente ainda, de um lado os factores que o indivíduo traz consigo na sua constituição e, do outro, os factores trazidos até ele pelo seu destino. O equilíbrio psíquico do idoso depende, basicamente, da sua capacidade de adaptação à sua existência presente e passada e das condições da realidade que o cercam.
 
 

 
Disposições Pessoais
 
As Disposições Pessoais são os elementos referidos por Freud ao referir-se àquilo que o indivíduo traz para a vida, ou seja, a sua constituição. Ajuriaguerra, ao afirmar que "envelhece-se como se viveu", certamente estava pensando nos traços pessoais da nossa constituição que acabam por ficar mais marcantes com o envelhecimento. A casuística da prática clínica tem mostrado, embora nunca de maneira absoluta, que os indivíduos portadores de dificuldades adaptativas em idade anterior envelhecem com maiores dificuldades.
Se os acontecimentos existenciais eram sentidos com alguma dificuldade ou sofrimento na idade adulta ou jovem, quando a própria fisiologia era mais favorável e as condições de vida mais satisfatórias e atraentes, no envelhecimento, então, quando as circunstâncias concorrem naturalmente para um decréscimo na qualidade geral de vida, a adaptação será muito mais problemática. Portanto, está correcto dizer que quanto melhor tenha sido a adaptação da pessoa à vida em idades anteriores, melhor será sua adaptação no envelhecimento.
 
Por outro lado, alguns autores observaram uma significativa melhora em poucos casos de neuroses com o envelhecimento, facto também observável na prática psiquiátrica. Isso mostra-nos, de facto, não haver uma desestruturação psíquica no envelhecimento mas sim, uma alteração estrutural na dinâmica psíquica, novos arranjos psicodinâmicos e nova arquitectura afectiva distinta da anterior.
 
Nestes casos, um ambiente pleno de carinho e atenção em torno do idoso, juntamente com uma serenidade afectiva própria da fase que este atravessa favoreceriam o acomodamento emocional com o envelhecimento. Esta "serenidade afectiva", necessária à acalmia de algumas neuroses no envelhecimento, seria uma circunstância emocional mais tranquila, possivelmente ausente em épocas anteriores e, cuja falta, poderia contribuir para a manutenção de um antigo quadro neurótico. Tais alterações estruturais benéficas são mais observáveis em alguns casos de transtornos obsessivos, histéricos e receosos, porém, não devem ser entendidos como via de regra.
 
Mais comum na velhice, entretanto, é o agravamento e não a melhoria das alterações psíquicas anteriormente constatadas. No caso das neuroses do idoso, assim como nas demais idades, o transtorno decorre do grande esforço interno em conseguir uma satisfação existencial e uma adaptação à realidade.  
 
Assim sendo, mesmo diante de circunstâncias existenciais favoráveis para alguns idosos, tal satisfação adaptativa não seria conseguida devido à certa fragilidade emocional própria de seus traços afectivos. Nestes casos não é, absolutamente, a vida ou as circunstâncias ambientais correlacionadas à senilidade quem estaria proporcionando condições necessárias para a eclosão da sintomatologia neurótica mas sim, as condições de personalidade prévia do paciente. Outros idosos, possuidores de melhores condições de adaptação (personalidade), não manifestariam transtornos emocionais diante de iguais condições de vida.
 
É por causa disso que se envelhece como se viveu.
 
O envelhecimento: mudanças físicas e cognitivas
Abordando o desenvolvimento intelectual do indivíduo que se efectua ao longo da vida, Perry (1970) apresenta um modelo de nove estádios, existindo entre cada um destes nove estádios, fases de transição.

  Este modelo refere uma evolução de formas concretas para formas abstractas de pensamento, de uma forma simplista e unidimensional para perspectivas multidimensionais e complexas de conhecimento, de uma forma de instância externa de autoridade (existindo um dualismo entre a autoridade que tudo sabe e o indivíduo que pouco ou nada sabe) para uma maior autonomia e comprometimento com os valores pessoais na relação com o conhecimento. Grow (1991) e Kaswrom (1992) mostram nas suas investigações que os adultos, em situação de aprendizagem, apresentam diversos níveis ao nível da auto direcção: desde adultos que vivem numa dependência quase total da autoridade  externa (professor, instituição educativa), a adultos que são altamente auto dirigidos nas suas aprendizagens e na relação com a autoridade.

Nesta linha de abordagem do desenvolvimento cognitivo na vida adulta, King e Kitchener (1994) falam da evolução ao nível do raciocínio reflexivo, que segundo as autoras, é caracterizada por sete estádios de desenvolvimento. Os primeiros três estádios correspondem a uma fase pré-reflexiva, onde o indivíduo assume existir a 'resposta correcta' para todos os problemas. Os dois estádios seguintes são considerados quase reflexivos:  no quarto estádio o conhecimento já é entendido como incerto, não existindo contudo uma discriminação da qualidade das diferentes opiniões individuais; no quinto estádio o conhecimento é considerado como subjectivo, existindo a consciência da existência de diferentes perspectivas. Segundo as autoras, apenas os últimos dois estádios são reconhecidos como pensamento reflexivo. Nestes últimos estádios, o indivíduo vê o conhecimento não como algo adquirido e imutável, mas como algo que deve ser activamente construído pelo sujeito, numa relação muito estreita com o contexto em que esse mesmo conhecimento é gerado. No sexto estádio o indivíduo considera que as crenças podem ser justificadas através da análise da evidência dos diferentes pontos de vista, ou dos diferentes contextos. No sétimo estádio o indivíduo reconhece que as ideias e pressupostos devem ser confrontados com a realidade, podendo esse processo de inquérito ser falível. O conhecimento resulta, assim, do processo de exame racional, podendo ser sempre alvo do escrutínio e criticismo por parte de outras pessoas.

 
 

Início da vida adulta: papéis e questões

  
O desenvolvimento das crianças e adolescentes instituiu-se ao longo do século XX como uma das áreas fortes da Psicologia. Porém, os restantes períodos de vida foram ignorados até aos anos 70. Os trabalhos de Perry abriram linhas produtivas do desenvolvimento cognitivo adulto – o julgamento reflexivo de King e Kitchener, orientado para a cognição epistémica. Ao longo dos anos 90, outras linhas desenvolvimentais se foram afirmando, incluindo aspectos polémicos da investigação, como por exemplo questões de género, como acontece com a reflexão epistemológica de Baxter Magolda. Fora desta tradição desenvolvimental de raiz piagetiana, surgem as teorias contextuais desenvolvimentais. Em Portugal assiste-se a um interesse cada vez maior pela vida adulta, por exemplo com a criação de novos ciclos de estudos. Entretanto, o que aconteceu no campo da investigação? Procurando contribuir para a divulgação da investigação neste domínio, o presente simpósio organiza-se em torno de diferentes tópicos e períodos de vida.

A Vida Adulta

O crescimento da pessoa humana


            Outra percepção acerca do desenvolvimento / crescimento da pessoa humana advém da corrente humanista. Trata-se de uma corrente que tem uma visão naturalmente positiva acerca da pessoa humana, para a qual o indivíduo tem uma Text Box:  necessidade inata de  auto-actualização, autodesenvolvimento e autodirecção. Assim, na análise da maturidade humana, para além das perspectivas do desenvolvimento e do ciclo de vida, é crucial abordar os autores mais relevantes desta corrente, bem como outros autores que os seguem na descrição da maturidade humana.
            Maslow (1970) observa a importância da gratificação de necessidades na motivação humana. Para este autor, o ser humano é marcado por uma dinâmica crescente de satisfação de necessidades. Estas diversas necessidades não se encontram todas ao mesmo nível, sendo possível estabelecer uma ordem hierárquica entre elas (cf. quadro.), estabelecendo-se a seguinte ordem: necessidades fisiológicas, necessidades de segurança, necessidades de pertença e amor, necessidades de estima, necessidades de auto-actualização.
A dinâmica principal que anima esta organização é a emergência, na pessoa saudável, de necessidades menos poderosas a partir da gratificação de necessidades mais poderosas. As necessidades fisiológicas, quando não satisfeitas, dominam o organismo, pressionando todas as capacidades para o seu serviço e organizando estas capacidades para que possam ser o mais eficientes neste serviço. A relativa gratificação submerge-as e permite que o nível seguinte mais elevado na hierarquia surja, domine e organize a personalidade, de forma a que o ser deixe de estar obsessivamente ligado à comida, para se tornar obsessivamente preocupado com a segurança. O princípio é o mesmo para os outros conjuntos de necessidades na hierarquia, isto é, amor, estima, e auto-actualização. (p. 59)
            Assim, a motivação humana é orientada pela necessidade de gratificação de necessidades. Enquanto os níveis mais baixos de necessidades não forem assegurados, a pessoa não se preocupa com os níveis seguintes da hierarquia, pois está completamente centrado e motivado para a satisfação das necessidades actuais. Esta teoria da motivação humana concebe a pessoa humana em crescimento contínuo, com vista a ser mais, ou seja, à sua auto-actualização. Trata-se de uma evolução rumo à maturidade, mas que não termina no último nível da hierarquia, pois esse último nível, a auto-actualização, pressupõe um movimento contínuo de crescimento e dinamismo da pessoa.

Erikson versus Freud


Erikson identificou o tributo de Freud para o entendimento do desenvolvimento, mas demarcou-se deste perspectivando o desenvolvimento de uma óptica não patológica. Apercebendo-se de que Freud persistiu excessivamente no domínio da sexualidade e das relações familiares.
O que diferencia basicamente, a Teoria Psicanalítica Contemporânea de Erik Erikson da Teoria Psicanalítica Clássica de Sigmund Freud, é o facto de Erikson ter uma concepção mais englobante do desenvolvimento, essencialmente porque, o desenvolvimento abarca todo o ciclo de vida e não é assente em termos psicossexuais, mas sim em termos psicossociais. Isto porque o meio não é só a família mas agentes externos, tais como, o meio sócio-cultural, os grupos e as sociedades. Para Erikson o desenvolvimento tem de ser enquadrado na relatividade cultural.
Outra das grandes disparidades entre eles é o facto, de Erikson ter como suporte da sua teoria, uma psicologia do Ego e não exactamente uma psicologia do Id. Como tal, e ao contrário de Freud, ressaltou que o ego não é um simples gestor, ao serviço dos impulsos do id. O ego, é uma energia positiva, e está envolvido num sistema de adaptação, ou seja, num melhor enquadramento da pessoa no mundo.  A questão da teoria freudiana «Como lidar com a ansiedade?» e a questão que se coloca na teoria de Erikson, é mais uma das diferenças entre estes dois autores, pois, a questão aplicada por Erikson, consiste na estruturação da identidade global e não unicamente psicossexual. Por isso e contrariamente a Freud, embora reconheça a importância dos primeiros anos de vida, o período que para lhe parece determinante e marcante é a adolescência.                                   
Apesar das diferenças, ambos pretenderam descrever a forma como o ser humano pode auto – realizar-se, e lidar com os indeclináveis conflitos psíquicos que são uma ocasião de enriquecimento ou de desajustamento à vida.

Actividade Física na Terceira Idade



A prática de exercício na 3ª idade
A prática de exercício físico na terceira idade não só é importante para melhorar a força física do idoso, mas também é um bem necessário para fugir da depressão e conviver socialmente. Participar na vida comunitária e continuar a ter projectos são factores essenciais para viver com qualidade. "O idoso que frequenta grupos de actividade física interage com outras pessoas em condições e características comuns com as suas, sentindo-se melhor aceite pela sociedade"As aulas de educação física, as caminhadas ou a hidroginástica são as mais recomendadas para quem já passou dos 65 anos. São diversos os motivos que levam os idosos a frequentarem estas actividades: o exercício diário promove a saúde mental, contribui para reduzir a ansiedade, a insónia e a depressão, e ajuda a controlar o stress. É fundamental que o idoso aprenda a lidar com as transformações do seu corpo e tire proveito de sua condição, prevenindo e mantendo a sua autonomia plena. Segundo os médicos, os exercícios adequados e regulares ajudam a manter o peso ideal, regulam as funções cardiorespiratórias, fortalecem os músculos e dão mais equilíbrio ao corpo. Além disso, proporcionam uma melhor fluidez sanguínea e um aumento de capacidade de oxigenação em todo o organismo, reduzem o colesterol, que obstrui as artérias, e elevam o nível de colesterol bom, que ajuda a proteger contra as doenças cardíacas.
 
Porque deve o idoso praticar exercício?
Com o avanço da medicina no controlo de doenças e patologias, a longevidade das pessoas teve um aumento considerável. No entanto, para que o idoso possa desfrutar de uma vida saudável é necessário que tenha independência. Encontramos no exercício e nas actividades físicas as condições adequadas para a melhoria da capacidade cardiovascular e manutenção da força. Melhor dizendo, é através dos jogos e exercícios que o idoso participa de um rico processo social de convivência que mantêm suas boas condições físicas para melhor aproveitar a vida.

 
Como reagem os idosos ao exercício?
Sempre que respeitados nas suas condições e limites, reagem de uma forma muito positiva e participativa. Gostam de desafios que possam ser superados, mostram muita vontade e interesse, são muito gratos pela atenção e acabam por se tornar amigos dos seus professores. Estes laços diminuem a ansiedade e aumentam muito a sua auto-estima.


Para nós (futuros prof.´s de Educação Física) eheheheh



Quais as vantagens de se praticar hidroginástica?

A hidroginástica para a terceira idade explora os benefícios que a água oferece em relação à redução do peso corporal, a recuperação mais rápida do esforço, e a resistência proporcional à força aplicada. Torna-se, assim, uma actividade de intensidade moderada, bastante recomendada para a melhoria da condição cardiovascular, com a redução do impacto e das possibilidades de lesão.Na hidroginástica trabalha-se de forma global, com ênfase na tonificação muscular geral e manutenção da postura. O maior benefício está na melhoria da condição cardiovascular. Podemos utilizar outros recursos da água em busca de resultados como reabilitação, relaxamento, redução da tensão e também da dor. Os trabalhos de alongamento também são favorecidos no meio líquido, onde algumas posições impossíveis de serem realizadas fora da água podem ser feitas na piscina.

 
Caminhada VS Hidroginástica

A caminhada é de extrema importância, pois, entre outras vantagens, é uma actividade prática, de movimentos naturais e que não requer habilidade específica nem aprendizagem, podendo ser realizada facilmente em vários locais. A caminhada de baixa intensidade com longa duração possibilita uma melhoria rápida nas condições cardiovasculares, com a redução do impacto e, assim, minimiza a possibilidade de lesões.

Dilemas Morais

O comboio descontrolado
Um comboio vai atingir 5 pessoas que trabalham desprevenidas sobre a linha. Mas temos a chance de evitar a tragédia accionando uma alavanca que leva o comboio para outra linha, onde ele atingirá apenas uma pessoa. Você mudaria o trajeto, salvando as 5 e matando 1?
( ) Mudaria
( ) Não mudaria
Esse dilema moral foi apresentado a voluntários pelo filósofo e psicólogo evolutivo Joshua Greene, da Universidade Harvard. “É aceitável mudar o comboio e salvar 5 pessoas ao custo de uma? A maioria das pessoas diz que sim”, afirma Greene em um de seus artigos. De facto, numa pesquisa feita pela revista Time, 97% dos leitores salvariam os 5. Fazer isso significa agir conforme o utilitarismo – a doutrina criada pelo filósofo inglês John Stuart Mill, no século 19. Para ele, a moral está na consequência: a atitude mais correcta é a que resulta na maior felicidade para o máximo de pessoas. Mas há um problema. A ética de escolher o mal menor tem um lado perigoso – basta multiplicá-la por 1 milhão.  
Mataria 1 milhão de pessoas para salvar 5 milhões? 
Uma decisão assim sustentou regimes totalitários do século 20 que desgraçaram, em nome da maioria, uma minoria tão inocente quanto o homem sozinho no trilho. Além disso, o acto de matar 1 para salvar 5 é o oposto do espírito dos direitos humanos, segundo o qual cada vida tem um valor inestimável em si – e não nos cabe usar valores racionais ao lidar com esse tema.

O comboio descontrolado (2)
Imagine a mesma situação anterior: um comboio disparado irá atingir 5 trabalhadores desprevenidos nos trilhos. Agora, porém, há uma linha só. O comboio pode ser parado por algum objecto pesado atirado à sua frente. Um homem com uma mochila muito grande está ao lado da ferrovia. Se  empurrá-lo para a linha, o comboio vai parar, salvando as 5 pessoas, mas liquidando uma. 

Empurraria o homem da mochila para a linha?
( ) Empurraria
( ) Não empurraria
Avaliando pela lógica pura, esse dilema não tem diferença em relação ao anterior. Continua a ser uma questão de trocar 1 indivíduo por 5. Apesar disso, a maioria das pessoas (75% nos estudos de Joshua Greene, 60% no teste da Time) não empurraria o homem. A equipa de Greene descobriu que, enquanto usamos áreas cerebrais relacionadas à “alta cognição”, isto é, ao pensamento profundo, para resolver o dilema anterior, este aqui provoca reações emocionais, mesmo nos que empurrariam o homem para os trilhos. Uma versão mais bizarra desse dilema propõe uma catapulta para atirar o homem pesado nos trilhos – e, surpresa, a maioria das pessoas volta a querer matar 1 para salvar 5. Conclusão: estamos dispostos a matar com máquinas, mas não mataríamos com as mãos.
Para Greene, a diferença nas respostas aos dois dilemas pode ser explicada pela selecção natural. Durante milhares de anos da nossa evolução, os seres humanos que matavam outros friamente atraíam violência para si próprios: eram logo mortos pelo grupo, gerando menos descendentes. Já aqueles que conseguiam segurar-se conquistavam amigos e proteção, transmitindo seus genes para o futuro. Assim, ao longo dos milénios, criamos instintos sociais que nos refreiam na hora de matar alguém.
Acontece que, na maior parte do tempo da nossa evolução, vivemos em cavernas e com lanças na mão, e não operando máquinas, botões ou alavancas. Isso faz com que nossos instintos sociais não relacionem o acto de apertar um botão ou puxar uma alavanca com o de atirar alguém para a morte – é por esse motivo que, para Joshua Greene, tanta gente mudaria a alavanca na situação anterior, mas não executaria o homem neste segundo dilema. “Os instintos sociais reflectem o ambiente nos quais eles evoluíram, não o ambiente moderno”, afirma o cientista.
Ele dá outro exemplo. Achamos um absurdo não prestar socorro a alguém que sofreu um acidente na estrada, mas esquece-mo-nos rapidinho que milhares de pessoas morrem de fome na África. Para Greene, o motivo dessa disparidade também está nos instintos. “Nossos ancestrais não evoluíram num ambiente em que poderiam salvar vidas do outro lado do mundo. Da forma como nosso cérebro é construído, pessoas próximas activam o  nosso botão emocional, enquanto as distantes desaparecem na mente.”
Para Greene, a diferença de atitudes mostra que os filósofos que lidam com a moral devem levar mais em conta a natureza do homem – não para agirmos conforme a natureza, mas para superá-la. Tendo consciência de que os nossos instintos nos tornam capazes de matar friamente por meio de uma alavanca ou de ignorar genocídios distantes, temos mais poder para decidir o que é ou não correto.

Erik Erikson's Stages of development

Desenvolvimento pessoal e social - Erickson


      
A perspectiva de Erikson caracteriza-se pela sua ênfase nos aspectos psicossociais. Erickson discorda de Freud nos seguintes aspectos:
v  Valorização exagerada da energia libidinal como chave explicativa do desenvolvimento;
v  Redução do desenvolvimento aos períodos que decorrem da infância à adolescência;
v  Subestimação das interacções indivíduo-meio;
v  Privilégio concedido à vertente patológica da personalidade;

Erickson salienta os aspectos culturais do processo evolutivo da personalidade. Este desenvolvimento evolui em 8 estádios, sendo que cada um tem em conta aspectos biológicos, individuais e sociais. Cada estádio contribui para a formação da personalidade total, sendo por isso todos importantes mesmo depois de atravessá-los. Como cada criança tem um ritmo biológico diferente, não se deve atribuir a duração exacta a cada estádio.        


 
Estádios

Confiança
versus
Desconfiança
(até aos 18 meses)
Este estádio é marcado pela relação que o bebé estabelece com a mãe: se é compensadora, o bebé sente-se seguro, manifestando uma atitude de confiança face ao mundo; se não é satisfatória desenvolve sentimentos que conduzem ao medo/desconfiança em relação aos outros. A virtude adquirida na resolução, positiva da crise confiança versus desconfiança é a esperança.
Autonomia
versus
Dúvida e Vergonha
(18 meses-3 anos)
Se é encorajada a criança explora o mundo autonomamente; se é muito controlada pelos pais, sente dúvida (precisa da sua aprovação) e vergonha. A virtude adquirida é a força de vontade.
Iniciativa
versus
Culpa
(3-6 anos)
A criança obtém prazer da realização de actividades por iniciativa própria, sente orgulho nas suas capacidades; se é muito punida, sente-se culpada por agir de acordo com os seus desejos; revela falta de espontaneidade e sente-se inibido. O núcleo significativo de relações estabelece-se com a família e a virtude própria deste estádio é a tenacidade.
Indústria
versus
Inferioridade
(6-12 anos)
Na escola, a criança desenvolve aprendizagens (escolares, sociais…), que podem fazê-la sentir que é competente ou que é menos capaz que os colegas. Se prevalecer o fracasso na resolução da crise, a criança sente-se preguiçosa e evita entrar em competição; considera-se inferior e medíocre.
Identidade
versus Difusão/Confusão
(12-18/20 anos)
O adolescente procura saber quem é (construção da identidade) em que quer tornar-se; pode também ficar confuso face a tantas possibilidades, sem saber o que quer, como agir, que pessoa é (confusão de identidade e de papéis). Aquele que resolve a crise de forma positiva adquire a lealdade como virtude. Ser leal é ser fiel a si próprio à sua identidade.
Intimidade
versus
Isolamento
(18/20-30 e tal anos)
O jovem adulto pode estabelecer relações de proximidade e partilha (amor e afiliação) com pessoas íntimas ou pode distanciar-se e fechar-se. Ou apresenta uma sexualidade enriquecedora e vínculos sociais abertos e estáveis ou isola-se e tem dificuldades em relacionar-se; as suas relações são inautênticas e instáveis.
Generatividade versus
Estagnação
(30 e tal – 60 e tal)
O conflito centra-se na expansão das potencialidades de adulto e na sua transmissão aos outros – gosta de colaborar com as novas gerações. Pode, por outro lado, tornar-se inactivo, se acha que não consegue ou que não tem nada de interessante para transmitir. Apresenta sinais de estagnação; é improdutivo e está apenas preocupado consigo próprio. A virtude inerente a este estádio é a produção.
Integridade
versus
 Desespero
(mais de 65 anos)
ü  O indivíduo avalia a sua vida, podendo experimentar sentimentos de integridade ou de desespero; faz um balanço da sua vida: positivo ou negativo. A integridade resulta de uma avaliação positiva da sua existência; aceita a existência como algo de valioso e sente-se satisfeito com a vida. O desespero resulta de uma avaliação negativa da sua existência e da impossibilidade de a recomeçar; considera a vida como tempo perdido e que é impossível recuperar.
ü  O núcleo significativo de ralações é representada pela humanidade e a virtude adquirida neste estádio é a sabedoria.